quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Pluma gigantesca de bolhas de metano se eleva do fundo do Oceano Pacífico

Pela primeira vez, bolhas de metano são detectadas, na costa norte da Califórnia, utilizando-se batimetria de coluna de água

Captura de tela da ecossonda de multifeixe mostra a pluma (seta vermelha), que desaparece da coluna de água a uma profundidade de aproximadamente 400 metros. O eixo horizontal indica a distância transversal ao rastreio (em metros), a partir do nadir, e o eixo vertical, a profundidade (em metros). A linha horizontal esbranquiçada dentro da faixa vermelha representa o retorno acústico do assoalho oceânico.

Em 17 de maio, a ecossonda de multifeixe, Kongsberg EM302, a bordo do Okeanos Explorer, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), coletava dados batimétricos e de acústica de coluna de água ao largo da costa norte da Califórnia, quando, de repente, exibiu uma imagem inédita de uma pluma de 1.400 metros de altura elevando-se do assoalho oceânico. O equipamento estava mapeando águas em profundidades de aproximadamente 1.830 metros e se dirigia do leste para o norte da costa da Califórnia, a cerca de 20 km ao norte da escarpa Gorda. Sabia-se que na plataforma continental dessa área existem coluna de água e subsuperficie termogênicas e gás metano, embora nenhuma pluma tenha sido relatada anteriormente em profundidades além da plataforma continental. Para James V. Gardner, do Centro de Mapeamento Costeiro e Oceânico, Mashkoor Malik, do Departamento de Exploração Oceânica, ambos da University of New Hampshire, em Durham, e Sharon Walker, do Laboratório Ambiental Marinho do Pacífico, da NOAA, em Seattle, Washington, autores do trabalho publicado no EOS de 11 de agosto, a pluma, que se eleva verticalmente a mil metros, foi registrada durante aproximadamente cinco minutos antes de desaparecer dos dados. Como os registros foram feitos à noite, o observador da torre de comando não notou nenhuma manifestação da pluma na superfície. O modelo digital do terreno criado com os dados de batimetria multifeixe mostra que a pluma surge na base de uma grande falha em forma de anfiteatro até então desconhecida. A pluma ─ formada por fluxos individuais de refletores acústicos ─ foi mapeada novamente pelo mesmo instrumento, em 3 de junho, durante o dia. A equipe da torre de comando tinha sido alertada pelos pesquisadores para procurar por bolhas, mudanças na cor da água e outros sinais de irregularidades na superfície, mas nada incomum foi relatado. O navio permaneceu sobre a pluma por 2,5 horas e baixou um instrumento equipado com garrafas de água e um sensor que mede reações de oxidação e redução ─ conhecido como redox ─ para registrar a condutividade e a temperatura à medida que a profundidade aumenta. Análises preliminares, a bordo do Okeanos, não detectaram anomalia de temperatura nem valores incomuns de redox. O medidor de temperatura e salinidade também não mostrou alterações na superfície.Com essas informações, os autores acreditam que a pluma não seja um escape hidrotérmico e também parece não estar associada á falha de transformação de Mendocino. Ela resulta da natureza do fenômeno, que são bolhas de metano revestidas por hidrato de metano.

fonte: www.agua.bio.br

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